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segunda-feira, 27 de julho de 2015

Venda de espetinhos é boa opção de negócio Fornecedores de churrasquinhos, carvão e embalagens lucram no rastro dos estabelecimentos que caíram no gosto dos moradores da capital dos botecos. Faturamento não para de crescer

Beto Novaes/EM/DA Press
O mercado de espetos de carne, frango, queijo e até de peixe conquista clientela em vários bairros

Conhecida como a capital dos botecos, Belo Horizonte começa a acumular outra fama: de capital dos espetinhos. Tanto que a famosa frase “já que Minas não tem mar, eu vou pro bar” sofreu uma adaptação em rodas de amigos: “Já que Minas não tem mar, eu vou pro espetinho”. Centenas de empreendimentos especializados na dupla churrasquinho e long neck surgiram na cidade nos últimos meses, gerando diversas vagas no mercado formal de trabalho. No embalo do ramo do varejo que conquistou o paladar dos mineiros, vários outros segmentos apuram saltos no faturamento. São os fornecedores diretos desses empreendimentos, como açougues, indústrias de carvão e fabricantes de embalagens.

Muitas empresas estimam um faturamento de dois dígitos, como a Filé Alimentos, que produz diariamente uma média de 10 mil espetinhos de 20 sabores diferentes. “Crescemos 13% em 2014 e acreditamos num aumento de 15% em 2015”, disse Nayara Albergaria, gerente-geral do empreendimento fundado em 2004, que abastece 300 estabelecimentos. Os percentuais ganham maior musculatura quando comparados com a possibilidade de o Produto Interno Bruto (PIB) nacional apurar retração de 0,58% no acumulado deste exercício, segundo a última edição do boletim Focus – o levantamento, divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central, leva em conta a análise dos principais economistas do país.

Beto Novaes/EM/DA Press
Nayara Albergaria, gerente da Filé Alimentos, acredita em alta de 15% nas vendas deste ano
Parte da previsão de crescimento da Filé Alimentos se deve ao constante aporte em inovação, sobretudo, de sabores. “Lançamos, em 2014, o churrasquinho de tilápia e o de almôndegas recheadas com queijo ou presunto e muçarela”, disse Nayara, alertando que, diante da febre dos espetinhos, os consumidores precisam ficar atentos à procedência das mercadorias. “Nossa empresa, por exemplo, tem um engenheiro de alimentos que acompanha toda a produção. Temos também um veterinário, pois, apesar de não abatermos animais, manuseamos carnes. O transporte precisa ser em temperatura adequada. Tudo isso precisa ser feito em favor da saúde do consumidor.”
Os sócios Paulo Sérgio Schiavo e Daniel também têm bons lucros com o sucesso dos espetinhos. Há pouco mais de um ano, depois de um jogo de futebol entre amigos, Daniel Marinho levou algumas almôndegas para que os amigos degustassem na resenha da pelada, como atletas amadores chamam o bate-papo depois das partidas. “Estava uma delícia. Daí eu disse para o amigo que poderíamos ganhar dinheiro com as almôndegas recheadas com queijo prato. Ele e a esposa, Andréa, fabricam. Eu vendo. Negocio cerca de 2 mil unidades por semana. Nossa clientela é formada por cerca de 70 espetinhos. Estamos precisando investir para ampliar a produção”, conta Paulo, que trocou o cargo de supervisor de vendas de uma grande rede para ganhar dinheiro em sociedade com o casal.

Beto Novaes/EM/DA Press
As vendas de carvão de Ricardo Ceruli duplicaram com a nova onda de Belo Horizonte
DE BOI OU DE FRANGO Fornecedores negociam no atacado, em média, um churrasco de boi (de 90 a 100 gramas) por quase R$ 3. Na maioria dos espetinhos, a unidade sai a R$ 5 – 66,6% a mais do que o preço de compra. Uma das estratégias dos espetinhos é negociar qualquer churrasco pelo mesmo preço. Dessa forma, o percentual se torna muito mais atraente quando levado em conta o de medalhão de frango, que, em média, é comprado no atacado por R$ 2,20 – ganho de quase 130% quando vendido ao consumidor. É claro que os percentuais de 66,6% e 130% correspondem ao lucro bruto dos donos dos espetinhos, pois os empresários têm despesas com energia elétrica, água, mão de obra, entre outros.
Também há o gasto com os sacos de carvão, outro ramo que pegou embalo na onda dos espetinhos. Ricardo Ceruli, da Ricarvão, fundada há 11 anos, comemora os bons números apurados pelo setor na Grande Belo Horizonte. “A quantidade de empresas que vendem churrasquinhos beneficiou meu ramo. Para se ter ideia, há mais ou menos um ano, eu negociava 25 toneladas de carvão (por mês). Esse volume dobrou”, comemora o empresário, que precisou contratar oito funcionários em 2014, entre empacotadores, motoristas e ajudantes. Para este ano, ele calcula que suas vendas vão subir em torno de 20%. “Devem aumentar nesse percentual, embora o Brasil esteja numa recessão.” Não fossem os pífios indicadores da economia nacional, acrescenta Ricardo, a projeção seria maior do que a do ano anterior, quando apurou alta de aproximadamente 30%.
A abertura de vários churrasquinhos já mudou a paisagem comercial em algumas ruas e avenidas da capital. No Prado, por exemplo, a Avenida Francisco Sá se transformou numa espécie de passarela dos espetinhos. É lá que funciona o Espetinho do Luizinho, o pioneiro no ramo. O sucesso das novas casas também assegura uma concorrência benéfica aos consumidores, pois gera competitividade nos preços e obriga empresários a apostarem em estratégias que vão desde música ao vivo a promoções e inovações na churrasqueira, como os espetinhos de peixe.

Concorrentes compartilham informações

De olho em promoções, sobretudo de cerveja, donos de espetinhos de Belo Horizonte seguem a máxima de que, a despeito da concorrência do setor, eles podem se unir para faturar mais. A parceria, na prática, é formarem grupos no WhatsApp para trocar informações sobre quais fornecedores e supermercados estão com preços vantajosos.

Um desses grupos reúne 17 microempresários. “Ele foi criado em outubro de 2014. O grupo começou com cinco donos de espetinhos. Trocamos informações para que todos comprem com preço bom. Vamos no supermercado e quando há uma oferta, batemos fotos e colocamos no Whats”, conta Lívio Barbosa, dono do Babilônia Clube do Espeto, no Bairro Ipanema.

Lívio diz que há dias em que o grupo consegue economia de R$ 0,50 em cada cerveja: “Parece pouco, mas não é. É um valor excelente. Para se ter ideia, uma vez calculamos quantas cerveja vendíamos, em média, em um dia. Chegamos à conta de 10 mil unidades”.

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